O grito do silêncio

Fonte de inspiração esteja por perto...

Por mais egoísta que seja...

Preciso de sua presença...

Sinto falta de sua voz...

Encantando o meu ser...

Sinto falta da emoção...

Que escrevia para alguém por você...

Alguém que não me conheces como tu...

Sou o que sinto...

E sinto muito por também não lhe conhecer...

Se pudéssemos mandar nos desejos...

A vida não teria sentido...

Não teria cor e sabor...

Amores proibidos...

Apenas sentimentos previsíveis...

Com hora marcada de chegada e partida...

Sorrisos frios sem frio na barriga...

Fonte de inspiração fique por perto...

Não fique em silêncio...

Ao menos você...

Cristiany Abreu

FEIA

Feia

Estar ou está feia?

Onde está você agora?

Perdida numa ilha

Inquieta, incomodada

Preocupada e distante

Sendo deselegante

Num mascar inseguro

Segurando a sombra do que deveria ser

Está em si e dividir sem pressa pra chegar

Desanimada, cansada de ter que enfrentar

Algo persistente girando sempre no mesmo lugar

Com olhos voltados, as vezes deslumbrados

No que não se vê ao perceber

Que é preciso, é necessário

Entender no que se tem a dizer

Limpar a sala de estar com o sol a esquentar

Refletindo a beleza de ser

Que tão pertinho estás

Que belisca e faz escrever

Que as coisas caminham de dentro pra fora

Nadando contra a maré determinada a dizer

Que estar feia na ilha só depende de você.

(Por Cristiany Abreu – 01/12/09)

Hipocrisia

Hipocrisia

Para que tanta beleza submersa nessa falsa gentileza?

Seus atos não expressam clareza, parecem dança ao vento

Despreza bons intentos como se os outros não tivessem sentimentos

Mundo fechado que prega a democracia, uma ilusão sem companhia

Aonde você esconde a sua alegria?

Em segredos de olhos rasos

Vejo-te sufocada em sorrisos sutis e ensaiados

Temendo cair em desagrados

Nesta corda bamba da vida

Calculas cada milésimo de centímetros de suas ações

Sem a espontaneidade do vento que leva e traz

Sem medir o perigo de ser

Só por ser hipócrita demais.

(Por Victor e Cristiany - 23/11/2009)

Alma

Alma

Vejo-te como as águas correm no mar

Tão clara e cristalina

Com riquezas profundas

Desejo-te como uma criança que se anima

A brincar e passear no bosque da esquina

Sem limites pra sonhar

Sem hora marcada pra voltar

Escolhi-te a dedo

Como uma agulha no palheiro

Busquei-te para que brilhasse assim

Reconhecendo de longe

Quando passa como um avião

No colo de um amigo

Num abrigo de um irmão

Alma iluminada, reflete aqui perto de mim

Que dança animada nesse chafariz

Molhada e suada

Receba essa rosa e me deixe apenas feliz..

(Por Cristiany Abreu – 23/11/2009)

Mentira

Mentira

Às vezes tão familiar para quem não quer perder

Ceder, se doer, se doar

Às vezes tão pequeno e natural

Que de fato, se torna o que não era pra ser

E é, sem vergonha e tão casual

Na inflamação da sociedade

Em nome de uma falsa vaidade

Para quem se esconde

Através de uma imaginação forte

e falha como a folha de um jornal

Que engatilha uma arma sem esforço e sem direção

Que escorrega em faces tão dissimuladas

Que acha que nunca se atrapalha nessa diversão

É mentira! Não é não.. É você se enganando na multidão

Multidão que se arrasta tropeçando em palavras perdidas

Palavras repedidas em um velho refrão

Que grita arranhado como uma antiga cantiga

Armadilha, armadilha..

Isso é mentira meu irmão?

Cresce a dúvida e o aperto de mão

Que não enxerga a maldade

Sobrando santo na sinceridade

De dizer o que não vê

De sentir e mentir

De falar e respirar

Para depois apenas rir

Sem motivo e sem verdade

Na falsa amizade de si

Dando volta na valsa da “felicidade”

Na mentira de simplesmente

Atuar e sorrir

Sofrer e chorar

E assim seguir..

Sem o direito de amar

E respeitar quem acredita em ti..

Mentira, conhecer-te me fez reagir

E sonhar sem dormir

Amar sem esperar

Viver e desconfiar

De olhos abertos para não ter mais que cair.

(por Cristiany Abreu – 23/112009)

Banho de Lua

Banho de lua

Ontem falei que o banho de lua

Era mais gostoso que o banho de sol...

Com uma certeza prazerosa

E hoje revivi, sentada ali, no mesmo lugar..

De dia.. E pensei por uns instantes

Que a beleza do sol seria mais importante

Seria como a vida viva,

Uma realidade sentida pelo calor

Cheguei a pensar que a lua

Não teria mais o seu valor

Mas vi que nem sempre

A lógica se explica

Sua vivencia e sua percepção

É a melhor justiça

A melhor conclusão

Porque és só sua..

E nesse banho de lua, que foi único

Senti-me banhada e protegida

Pertencida e amada

Por um calor especial

Percebi que cada momento

Uma estrela lavava minha alma

Me mostrando a beleza do amor..

Iluminada, senti-me nua

Envolvida pela linda lua..

(Por mim 08/11/09)

Lembrei que Ousei

Lembrei que ousei

Estou aqui, desfrutando de momentos tão inesperados

Que numa época, isso seria impossível

Vivo o que nunca viveria

Se quis, era porque merecia conhecer

Se fiz, era porque deveria descobrir outras estradas

Aqui estou, deslumbrada

Nessa paisagem tão bonita

Nessa viagem que lembrei

Encontrada na satisfação

Em seu pleno estado

Onde os sonhos são diferentes

São coloridos, vivos..

Eles flutuam sem fronteiras..

A mente sente, mas já se defende

Modifiquei por mim mesma, pois..

A intuição já gritava

A sensibilidade já tocava

Para além de quem já encerrava um sentido

E o sorriso já não sorria

Não se via, queria conhecer

E reconhecer um ser amado

Que tanto nos alegra numa entrega

Onde tudo pode acontecer, até

O bem virar o mal, o mal perturba o bem

Bem, para quem mal se entregou

Mal, para quem medrou e não amou

E assim o bem se distancia do mal

Mostrando que somos reféns

Apenas de nos mesmos

Num cativeiro perigoso e gostoso

Que nos faz encontrar e amar

Nós mesmos..

Todo dia, na vontade de acertar..

E hoje me lembrei que sempre

Deve se amar

Mesmo se errar

Nunca é tarde para ousar...

(por mim – 08/11 e 09/11/09)